sexta-feira, 30 de março de 2018

Depois de amanhã é coisa a sério. a Volta a Flandres!

Depois de manhã acontece a Volta a Flandres. Coisa para ciclistas de barba rija, músculo seco e pulmão quanto baste para 267 quilómetros. Estaremos atentos a Sagan, que venceu em 2016, Gilbert, que venceu em 2017, e Avermaet, que nunca venceu.
E como têm corrido as coisas até aqui? Na pontuação do WorldTour aparece à frente Valverde, que faz 38 anos num dia feriado, o 25 de Abril. Valverde não se prepara especificamente para nenhuma prova de três semanas, é com se estivesse sempre preparado. Alejandro Valverde sofreu uma suspensão de dois anos por estar envolvido na Operación Puerto, um esquema de doping sanguíneo. Desde então corre sem parar, ganha como se não houvesse um amanhã. Como para provar a cada dia que passa a sua qualidade, fazer esquecer a nódoa. Sobram-lhe duas mágoas: só ter ganho uma volta de três semanas, uma de Espanha, antes da suspensão e da existência do passaporte biológico e, por outro lado, nunca ter sido Campeão do Mundo. Esteve perto, bem perto, por exemplo no ano em que Rui Costa o foi. Esta época Valverde já venceu Comunitat Valeciana, Abu Dhabi e Catalunya, Valverde, no que diz respeito a provas de uma semana, é um dos maiores de sempre.
Mas as vitórias de Valverde já não são surpresa. Portanto, o que aconteceu de diferente para nosso entretenimento? As surpresas habitualmente acontecem nas provas de um dia. Portanto, falemos sobretudo de Tiesj Benoot, um jovem belga de 24 que ganhou a Strade Bianche, ou do "velho" Vincenzo Nibali, um homem de três semanas e que já ganhou os três GT's, arrematar a Milano-Sanremo com um ataque inatacável no Poggio. Nibali está a correr para a história, e por isso amanhã vai correr a Volta a Flandres, "para ver como é". Lembro que a Volta a Flandres é um dos cinco Monumentos, as cinco provas de um dia mais importantes do ano. Agora Nibali já ganhou os dois Monumentos italianos, a referida e a Lombardia. Faltam-lhe os outros três...
Entretanto nas provas de uma semana apareceram dois jovens a confirmar o nível que se suspeitava, Marc Soler com a Movistar, e mais  um colombiano, Egan Bernal, com a Sky, este apenas com 21 anos. Tudo o mais gente com pedigree a preparar-se para a Itália, para França, e sem saber se Froome vai estar nelas ou não. E aqui voltamos à vaca fria.
Wout Poels já disse que se Froome não estivesse ELE lideraria a Sky no Giro. Geraint Thomas já disse que se Froome não estivesse no Tour seria ELE a liderar a Sky. Mas tudo aponta que o Giro vai ter que aguentar com Froome, enquanto o Tour vai tentar a via judicial para o impedir de entrar. Portanto, a solidariedade dentro da equipa Sky já mostra rachas. Lembremos que o ciclismo é uma profissão. Se  o ciclismo é justo Froome vai perder a sua vitória na Vuelta do ano passado e também o Giro deste ano, este correndo na estrada. No Tour não vai por os pés.

Mas voltemos ao que interessa, depois de amanhã é a "Ronde".

E os portugueses? Têm-se visto em fugas, não em resultados. Amaro Antunes voltou a correr. E segunda começa Euskadi, com Rui Costa e Rúben Guerreiro. A ver vamos.