terça-feira, 15 de agosto de 2017

Afinal qual é o problema com a W52/F.C.Porto?

A equipa do Sobrado voltou a ganhar a Volta a Portugal e, mais uma vez, ganhou como quis e "escolhendo" o vencedor. A superioridade foi tanta que, imediatamente, as suspeitas de doping correram mundo. A Volta a Portugal é uma prova de um escalão relativamente baixo, pertencendo ao nível intermédio do European Tour. As equipas portuguesas pertencem ao escalão profissional mais baixo e não estão obrigadas a participar no programa de Passaporte Biológico da UCI. Pelo que sei existe porém um programa de Passaporte Biológico promovido pela FPC...

O pelotão português é composto por seis equipas profissionais, a W52/Porto, o Sporting/Tavira, a Efapel/Glassdrive, a Rádio Popular/Boavista, a Louletano/Hospital de Loulé e a LA Alumínios/Metalusa. As equipas são compostas por um grosso de ciclistas portugueses e uma capa de ciclistas espanhóis que, desde há anos, buscam em Portugal o emprego que lhes falta em Espanha com o fecho recente de muitas equipas profissionais espanholas. Outros estrangeiros são, hoje em dia, excepção. Em décadas que já lá vão corriam cá muitos ciclistas com origem na europa de leste mas já não é assim.

Cada equipa tinha à partida para a Volta bem definidos os seus chefes de fila e as mais valias para a Classificação Geral.
A LA Alumínios tinha o Edgar Pinto que, com dois top 5 na Volta e depois de dois anos a correr "para os árabes", voltava a Portugal aos 31 anos de idade.
A Rádio Popular/Boavista tinha perdido dois bons corredores, o Frederico Figueiredo e o Daniel Silva. Mantinha o Rui Sousa, com 41 anos de idade, e outro bom elemento, o David Rodrigues. Porém com mais hipóteses - que não para ganhar  - estava o João Benta, 30 anos de idade, no seu melhor ano, top dez nas Asturias, no Beiras e Serra da Estrela e no Joaquim Agostinho e um ex-desempregado do ciclismo, Egor Silin, despedido em 2016 pela Katusha.
A Efapel tinha perdido o Joni Brandão e fora buscar o ícone Sérgio Paulinho, lembremo-nos, com 37 anos nas pernas. Com Jesus del Pino ganhara o  Beiras e Serra da Estrela e tinha feito um top 10 em Castilla y Leon mas não era este o chefe de fila apresentado mas sim o Sérgio. Havia ainda um top  10 da Volta do ano passado, Henrique Casimiro.
O Louletano punha à cabeça Vicente Garcia de Mateos, homem de 28 anos há 4 na equipa, e só. Por trás um top 10 na Volta do ano anterior, uns bons resultados na época e a sua fama de "puncheur", coisa tão rara por cá.
O Sporting, ou melhor, o Tavira tingido de verde, deixara de ser a equipa do refugiado italiano Rinaldo Nocentini, com 39 anos, e tinha contratado o ex-vencedor da Volta Alejandro Marque, o melhor ciclista português do pelotão nacional de 2016 Joni Brandão, e uma ex-jovem esperança, o interessante Frederico Figueiredo.  
E a W52? Com três ex-vencedores da Volta, Ricardo Mestre, Rui Vinhas e Gustavo Veloso, a equipa tinha ainda muito mais para mostrar: o jovem Joaquim Silva, ex-top 10 do Tour de l'Avenir, e Raul Alarcón e António Carvalho, dois corredores fortes que já em 2016 tinham sido fundamentais no controlo da Volta, a par de Ricardo Mestre. Alarcón parecia aliás pelo correr da época o corredor mais forte no pelotão português, a par de... Amaro Antunes, o grande reforço da W52, que ganhara no Malhão na Volta ao Algarve.

Portanto... equipa equipa era a W52 e, talvez, o Sporting, as outras apenas uns retalhos com dois ou três corredores de jeito sem mais. 

Acontece que o Sporting perde o Joni Brandão ANTES da Volta por doença (qual, já agora?) e o Frederico Figueiredo nas primeiras etapas, por duas quedas. Ficava o Sporting reduzido ao Marque e ao Nocentini, cujas idades combinadas perfazem 74 anos...

A Efapel apostou erradamente num Sérgio Paulinho que já não devia estar a correr. O Louletano conseguiu o pódio com o Garcia de Mateos e fez disso uma vitória. A Radio Popular festejou uma vitória de etapa do Rui Sousa como se fosse um record olímpico e já está! A LA sem o Edgar Pinto desapareceu em combate.

Que a Volta a Portugal ia ser um passeio para a W52 podia ler-se nas cartas e sem necessidade de grandes doses de ESP (extra-sensorial perception).

Mas...

Por falar em ESP, porque é polémica a equipa W52/F.C.Porto? O seu director desportivo chama-se Nuno Ribeiro e conhecemos o seu passado: como ciclista perdeu uma Volta por doping. Foi há pouco tempo ainda, as coisas estão frescas. O mesmo aconteceu com o Agostinho, com o Marco Chagas... A verdade é que o domínio foi o esperado, as tácticas as correctas e, não fosse Veloso estourar na Torre, a W52 teria ocupado por completo o pódio final. A chatice é que circulam por aí uns números que dão aos homens da W52 subidas com watts estilo World Tour... CONVINHA ESCLARECER, Nuno, ok?


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